A elevação dos percentuais de biocombustíveis aprovada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) nesta quarta-feira (25/06) projeta Alagoas em cenário de destaque nacional. Com participação direta do presidente Lula, a decisão aumenta de 27% para 30% a mistura de etanol anidro na gasolina (E-30) e de 14% para 15% a de biodiesel no diesel (B-15), fortalecendo o uso de combustíveis renováveis.
O anúncio foi recebido com entusiasmo pelo setor produtivo e evidencia a importância de Alagoas no fornecimento de matérias-primas sustentáveis. Durante a reunião, o ministro interino dos Transportes, George Santoro — ex-secretário da Fazenda de Alagoas e figura influente no estado — destacou com orgulho o papel estratégico da região nessa nova fase da política energética nacional.
“Participei da aprovação desta medida tão importante para Alagoas. Para o estado, grande produtor de cana-de-açúcar e referência regional no biodiesel, o aumento da mistura representa um desenvolvimento econômico relevante. E fiquei especialmente feliz ao ouvir a citação da cooperativa Copaíba como exemplo nacional de cooperativismo e geração de renda”, declarou.
A decisão do CNPE deve impulsionar significativamente a economia de Alagoas, maior produtor de cana-de-açúcar do Nordeste. Com o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, o estado tende a ser um dos mais beneficiados, diante da expectativa de crescimento de 16,2% no consumo do biocombustível, o que representa um adicional de 2,06 milhões de metros cúbicos em relação à projeção da safra 2024/2025.
Diante desse cenário, as usinas alagoanas poderão redirecionar parte da produção de Açúcar Total Recuperável (ATR) para o etanol, reduzindo a fabricação de açúcar em algumas unidades. A reconfiguração na produção deve atender à nova demanda do mercado, estimulada pela política de ampliação do uso de combustíveis renováveis.
Além do etanol, a elevação da mistura de biodiesel de 14% para 15% também favorece Alagoas, que já atua com destaque na comercialização de insumos da região. Essa mudança tem potencial para fortalecer cadeias produtivas locais, especialmente as ligadas à agricultura familiar e às cooperativas, consolidando o papel estratégico do estado na transição para uma matriz energética mais sustentável.
Copaíba como exemplo nacional
Na reunião do CNPE presidida por Lula, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, ressaltou a importância das cooperativas na cadeia produtiva dos biocombustíveis. Entre os exemplos mencionados, destacou-se a Cooperativa Copaíba, de Alagoas, reconhecida por sua atuação sustentável e pelos efeitos positivos que gera nas comunidades locais, tanto no aspecto social quanto econômico.
A menção foi motivo de comemoração para Santoro, que acompanhou de perto o processo de estruturação do setor cooperativista no estado: “eu fiquei muito feliz em participar da reunião e ter presenciado uma citação do cooperativismo alagoano em destaque no Brasil. A valorização da experiência alagoana no contexto nacional mostra que o modelo adotado tem potencial de replicação. E confirma que, quando há articulação entre poder público e setor produtivo, é possível produzir desenvolvimento com inclusão”, afirmou.