quarta-feira, abril 16, 2025
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65% dos brasileiros apoiam o fim da escala 6×1, aponta estudo

Foto: Letycia Bond/Agência Brasil

Um levantamento realizado pela Nexus Pesquisa e Inteligência revelou que 65% dos brasileiros são favoráveis ao fim da escala de trabalho 6×1, que prevê seis dias de trabalho para um dia de descanso. A pesquisa, que ouviu mais de 2 mil pessoas presencialmente entre 10 e 15 de janeiro, tem um grau de confiança de 95% e reflete a insatisfação de grande parte da população com esse modelo de jornada.

Segundo o estudo, 27% dos entrevistados não apoiam o fim da escala 6×1, enquanto 5% se declararam neutros (nem favoráveis nem contrários à proposta). Apenas 3% não souberam opinar sobre o tema. Os dados mostram que a maioria dos brasileiros deseja uma mudança no modelo de trabalho, que é visto como desgastante e pouco equilibrado entre vida profissional e pessoal.

Apoio varia conforme o perfil

O apoio ao fim da escala 6×1 é ainda maior entre determinados grupos. Entre os trabalhadores formais e informais, o índice de aprovação chega a 66%. Já entre os desempregados, o percentual sobe para 73%, refletindo a busca por condições mais justas no mercado de trabalho. Os jovens entre 16 e 24 anos são os que mais apoiam a mudança, com 76% de aprovação, possivelmente por serem mais sensíveis a questões relacionadas à qualidade de vida e ao equilíbrio entre trabalho e lazer.

Por outro lado, entre aposentados, pensionistas e estudantes, o apoio cai para 61%, indicando que, embora ainda seja majoritário, há uma menor pressão por mudanças nesses grupos, que podem não sentir os impactos da escala 6×1 de forma direta.

Contexto e debate sobre a escala 6×1

A escala 6×1 tem sido alvo de críticas recorrentes por parte de trabalhadores, sindicatos e especialistas em saúde ocupacional. O modelo é frequentemente associado a problemas como estresse, fadiga e redução da produtividade, além de dificultar a conciliação entre vida pessoal e profissional. Em contrapartida, defensores argumentam que a escala é necessária em setores que exigem funcionamento contínuo, como comércio, saúde e segurança.

O debate ganhou força nos últimos anos, especialmente após a reforma trabalhista de 2017, que ampliou a flexibilidade nas jornadas de trabalho. Desde então, propostas para revisar ou extinguir a escala 6×1 têm sido discutidas no Congresso Nacional, mas ainda sem consenso. A pesquisa da Nexus reforça que a maioria da população brasileira está alinhada com a ideia de reduzir a carga de trabalho e priorizar o bem-estar dos trabalhadores.

Perspectivas para o futuro

A alta aprovação ao fim da escala 6×1, especialmente entre jovens e desempregados, indica que a pauta deve continuar em evidência. Especialistas sugerem que a adoção de modelos mais flexíveis, como a escala 5×2 (cinco dias de trabalho para dois de descanso), pode ser uma alternativa viável para equilibrar as necessidades das empresas e dos trabalhadores.

Enquanto isso, a discussão segue aberta, com sindicatos e movimentos sociais pressionando por mudanças legislativas e empresas avaliando os impactos de possíveis alterações. Para os brasileiros, a expectativa é que o tema avance, garantindo uma melhor qualidade de vida e um mercado de trabalho mais justo e humano.

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