segunda-feira, setembro 15, 2025
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60% dos brasileiros acreditam que julgamento de Bolsonaro terá impacto nas eleições de 2026, revela pesquisa

Uma pesquisa inédita do Instituto Ideia, encomendada pela Oficina Consultoria, revela que 60,9% da população brasileira acredita que o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), terá impacto direto nas eleições presidenciais de 2026. O levantamento ouviu mais de 1,5 mil pessoas no dia 9 de setembro de 2025.

Apesar da percepção predominante de que o julgamento influenciará o cenário político, a visão sobre seus efeitos no cotidiano é menos expressiva. Apenas 47% dos entrevistados acreditam que a decisão do STF terá repercussões diretas em suas vidas ou na realidade do país como um todo.

As principais inquietações da população em relação ao período pós-julgamento estão distribuídas entre a intensificação da polarização política (38,2%), a situação econômica (33%) e o receio de reações violentas (22%). Além disso, 17% demonstraram preocupação com a instabilidade institucional e o papel do Judiciário no atual contexto democrático.

Quando questionados sobre o sentimento em relação ao futuro do Brasil, os entrevistados apresentaram um panorama dividido. Um total de 32,9% se disseram menos confiantes, enquanto 25,3% demonstraram esperança, e 24,5% afirmaram estar indiferentes diante dos acontecimentos.

O debate sobre a possibilidade de anistia ao ex-presidente também reflete a divisão social. De acordo com os dados, 34,2% se opõem à medida, 30,7% são favoráveis e 35,1% afirmam não ter uma opinião formada sobre o tema.

Para Cila Schulman, CEO do Instituto Ideia, os resultados evidenciam que o julgamento não apenas reabre feridas políticas, mas também reforça a sensação de que o país ainda se encontra em crise. “O fato de quase 40% acreditarem que a polarização vai aumentar indica que, para muitos, o processo não resolve o conflito — apenas o prolonga”, afirmou.

Ela também destaca que o julgamento ultrapassa o campo jurídico ao impactar diretamente a confiança coletiva. “Um terço da população se mostra menos confiante no futuro. Isso mostra que a instabilidade política não é apenas uma ideia abstrata, mas algo que já reverbera emocional e socialmente. O julgamento, nesse sentido, não trata apenas do passado, mas da dificuldade de projetar o futuro”, conclui.

No campo econômico, a pesquisa mostra que 47,4% da população acredita que a decisão do STF terá reflexos tanto políticos quanto financeiros. No entanto, o maior temor econômico não está relacionado diretamente ao julgamento: 58,4% apontam o “tarifaço” dos Estados Unidos como a principal ameaça à economia brasileira, enquanto apenas 11,1% associam esse papel ao processo judicial de Bolsonaro.

A instabilidade já tem gerado impacto no comportamento de consumo. Segundo o levantamento, 36% dos brasileiros afirmaram ter adiado compras ou investimentos por conta do cenário incerto. Do lado empresarial, 27,2% das empresas estimam redução em contratações e aportes nos próximos seis meses, enquanto 26,8% não percebem efeitos imediatos ligados ao julgamento.

Liliane Pinheiro, CEO da Oficina Consultoria, reforça que o estudo evidencia a urgência de um diálogo estratégico entre instituições, empresas e lideranças. “Mais do que acompanhar os desdobramentos jurídicos, é fundamental que todos os setores se preparem para um ambiente onde política e economia caminham juntas, influenciando diretamente a confiança e as expectativas da sociedade”, afirmou.

A pesquisa

No dia 9 de setembro de 2025, foi realizada uma pesquisa de opinião com foco nos impactos do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O estudo foi conduzido pelo Instituto Ideia, sob encomenda da área de Public Affairs da Oficina Consultoria.

Ao todo, 1.543 pessoas foram entrevistadas, abrangendo 563 municípios distribuídos por todas as regiões do Brasil. As entrevistas ocorreram de forma online e seguiram uma amostra representativa da população adulta brasileira.

Para garantir a precisão dos dados, a pesquisa adotou critérios estatísticos rigorosos, considerando variáveis como gênero, faixa etária e nível socioeconômico. As referências utilizadas foram o Censo do IBGE e o Critério Brasil, elaborado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP).

O levantamento apresenta uma margem de erro de 2,5 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%, assegurando a confiabilidade dos resultados obtidos.

Fonte: Política Alagoana

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